terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Temporais recentes acentuam erosão costeira

Os recentes temporais que têm afectado o país, de norte a sul, no continente e nas ilhas, têm afectado de modo particular a já massacrada faixa costeira arenosa. É que as vagas alterosas têm "comido" demasiada areia das praias e do que resta do cordão dunar fazendo recuar a linha de costa em vários pontos.

O concelho de Ovar não foge a esta regra!

Pior! Ovar é um dos concelhos que tem ignorado as conclusões dos estudos de monitorização efectuados, bem como, das respectivas recomendações para contrariar os efeitos da erosão. Lógicamente que tal atitude representa um mau serviço no que respeita à gestão do bem público ameaçado.



Ao contrário da análise e da adopção de estratégias inovadoras e ambientalmente mais sustentáveis, o município contenta-se em aceitar a já obsoleta estratégia dos calhaus, tal como aconteceu mais uma vez.

Esta anuência revela-se tanto mais ridícula quanto o facto, já insistentemente demonstrado, de que estas mesmas obras agravam substancialmente a erosão a sotamar das mesmas.

Aqui deixo três peças de referência sobre a erosão na costa vareira. Dois livros sobre a dinâmica e a gestão do litoral de Ovar e um enxerto de artigo de imprensa, onde se escreve sobre uma iniciativa da Câmara de Ovar a bem do litoral:


- "Quando o mar enrola na areia", de Álvaro Reis (2002)




- "A praia dos Tubarões", de Álvaro Reis (2006)





- artigo do Jornal de Notícias, de 06-11-2006:


".... seminário que decorreu no fim-de-semana, em Ovar, dedicado ao tema "Protecção do litoral - Educação para o Desenvolvimento Sustentável", numa parceria entre a Câmara Municipal de Ovar e o Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens.....



....Numa visita à orla costeira de Ovar, no âmbito do seminário, orientada por Álvaro Reis, mestre em Ciências das Zonas Costeiras e com obra publicada sobre a orla costeira de Ovar, o também ambientalista demonstrou "in loco" o perigo iminiente em que se poderá encontrar o povoado do Furadouro.
Álvaro Reis considera muito provável que, dentro de alguns anos, numa situação de mar alterado, a água consiga contornar o enrocamento frontal existente imediatamente a sul do esporão, avançando em direcção às habitações. E o caminho parece já bem delineado.

A sul dos últimos prédios da povoação, junto à linha de costa, existe um pequeno cordão dunar. Na sua parte nascente, a cota é mais baixa, constituindo o que se chama de um raso dunar, que se estende até às habitações. Segundo Álvaro Reis, se o mar ali conseguir chegar, e para tal nem seria necessário ser época de marés-vivas, encontraria aí uma entrada ideal para alcançar as casas, pondo em risco a população residente.
Numa zona mais a sul, a situação já acontece, embora ali não existam construções.Dada a inexisticência de cordão dunar, o mar avança e ocupa os tais rasos dunares, transformando-os em pequenas lagoas que perduram muitas vezes durante o Inverno.
Preocupante é também a situação na praia de S. Pedro de Maceda, onde não existem dunas e o mar está já a vançar para a mata, destruindo-a ao longo dos anos que vão passando.
Segundo Álvaro Reis, em Cortegaça e Esmoriz, o mar não tem sido menos brando. Zonas há em que a praia é já quase inexistente, avançado o mar contra as obras de defesa que quase todos os anos precisam de obras de manutenção urgentes."

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Cetáceos no mar do Furadouro!

Nem só mortos se observam golfinhos nas praias do concelho.
Por vezes é possível observá-los viajando junto à costa, seguindo os cardumes, tal como aconteceu no Furadouro, no passado mês de Outubro!
Nesse dia as sucessivas emersões da barbatana dorsal de um cetáceo permitiram determinar que se tratava de um boto (Phocoena phocoena), uma espécie muito comum nas nossas águas pouco profundas.