segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Efeitos de um temporal .... uma semana depois.

As fortes rajadas de vento deixaram marcas bem visíveis, por todo o lado, nomeadamente na praia do Furadouro...

















A areia da praia depois de arrastada para as estradas próximas..... 








regressou ao seu local de origem.....






As vagas galgaram facilmente a muralha de pedra ....








Uma frente marginal devastada....










Vidros atingidos pelas vagas e outros protegidos........

Montes de areia ainda por distribuir e compactar.....












Com esta inércia proteccionista, a areia perder-se-à muito facilmente.....




Retirar populações do litoral....uma questão fácil de resolver para o oceano ..... 

......um "mar" de preocupações para os planeadores do território..... 

..... acrescidas com a falta de colaboração por parte dos autarcas com défice de visão estratégica!


segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

2013 - Ano Internacional para a Cooperação pela Água


                                   Fonte:engenhariacivil.com
 O Ano Internacional para a Cooperação pela Água, a decorrer em 2013, foi anunciado, em finais de 2010, pela Assembleia das Nações Unidas, por proposta de um grupo de países liderados pelo Tadjiquistão.
A ONU, que decretou o evento e a UNESCO, que o preparou, entendem que um esforço conjunto de cooperação pela água, passa pela abordagem de áreas muito diferenciadas, tais como, os aspectos culturais, sociais, religiosos, científicos, políticos, jurídicos, institucionais e económicos. Só com decisões consensuais sobre estes mesmos itens é que todo o esforço internacional de cooperação será alcançado e mantido com sucesso ao longo do tempo. Este será, portanto, o grande desafio deste Ano Internacional em 2013.


Água, ex-libris do planeta Terra

Evaporando-se dos mares e deslocando-se através das masses de ar, a água volta a precipitar-se sobre a superfície terrestre, correndo em seguida para os mares, sob a forma de rios, num ciclo contínuo ao longo do tempo.
A água constitui, deste modo, o grande padrão individualizante do nosso planeta. É graças a ela que é possível a existência da vida na Terra, pois todos os seres vivos, animais e plantas, dependem dela para subsistir. A água é, assim, um recurso natural associado a todas as facetas da vida económica e social do homem, desde tempos imemoriais até à época actual. Religiões, culturas, agricultura e indústria encontraram na água um denominador comum.
Contudo, e apesar da sua importância, o homem continua a poluir rios, nascentes, lagos e oceanos, esquecendo-se de que a boa qualidade da água é essencial para a continuidade da vida no Planeta.


A cooperação pela água: um imperativo sócio-económico e um instrumento de paz.

Na actualidade, a água doce constitui o bem mais precioso a que o homem pode aspirar. A redução das quantidades disponíveis para este recurso a nível planetário traduz-se, inequivocamente, na sua enorme escassez em várias regiões e Estados. Mesmo nas regiões húmidas de África e da Ásia, a água é escassa, devido aos elevados níveis de poluição e de densidade populacional.
A competição pela água tem sido, sobretudo nas últimas décadas, um fenómeno crescente em todo o mundo, com especial atenção para o Médio Oriente e África. A tendência é para essa competição se acentuar no futuro, acompanhando a evolução crescente da população mundial, com todos os problemas a ela associados, como sejam, por exemplo, os problemas de poluição e as consequências do aquecimento global.
Falta de água
Fonte:meioambiente.culturamix.com
Assim, a partilha dos recursos hídricos, sobretudo no que respeita às bacias hidrográficas e aos aquíferos transfronteiriços, deverá ser encarada por todos os Estados como um acto pacífico, implicando simultaneamente uma partilha de responsabilidades na sua utilização. A prevenção e a resolução de potenciais conflitos derivados desta gestão partilhada exigirá, por isso, muita pesquisa, muita reflexão e uma necessária troca de experiências.
A cooperação pela água potável é, então, fundamental para assegurar, no mínimo, uma qualidade de vida básica para todos os povos.
  
Os números da água
·         Cerca de 70% da superfície do nosso planeta está coberta por água (cerca de 1.4  milhões  de  quilómetros  cúbicos  de  água);
·         De toda a água existente no planeta, cerca de 2.5% está disponível para utilização directa pelo homem (pese embora este baixo valor, seria o mesmo suficiente para suprir as necessidades de toda a população mundial, caso não ocorressem desperdícios e/ou processos de poluição da água);
·         Da água disponível cerca de 98% encontra-se sob a forma de água subterrânea;
·         Um sexto da população mundial (mais de um bilião de pessoas) ainda não possui acesso à água potável;
·         Da água potável disponível somente 0.6% é utilizada;
·         40% da população mundial (2.600 milhões de pessoas)  continua a viver sem redes de saneamento básico;
·         Cerca de 25.000 pessoas, das quais 8.000 crianças, morrem diariamente por doenças diarreicas, provocadas pela falta de água potável, de saneamento e higiene adequados;
·         A água é a substância básica constitutiva dos seres vivos, podendo representar cerca de 90% da constituição das  plantas;
·         O homem necessita de 0.05 m3 de água por dia, para beber, cozinhar e usos sanitários;
·         Cerca de 70% da água disponível é usada na agricultura. Cerca de 17% dos solos com cereais (que correspondem a 40% de toda a alimentação) necessitam anualmente de 2.500 quilómetros cúbicos de água. Por outro lado, os fertilizantes, os herbicidas, os pesticidas e os excrementos dos animais concorrem para a poluição das águas;
·         Cerca de 20% da água disponível é usada na indústria. Devido aos progressos tecnológicos, os consumos industriais de água têm vindo a reduzir-se significativamente, nomeadamente com a possibilidade de reciclar as águas de refrigeração. É das actividades industriais em geral, que os cursos de água recebem contaminações por metais pesados e outros compostos químicos e é da actividade das centrais termoeléctricas que se intensificam as chuvas ácidas;
·         Cerca de 10% da água disponível é utilizada para usos domésticos. Sobretudo nos países mais desenvolvidos tem sido possível, nas últimas duas décadas, reduzir os volumes de descargas sanitárias até 30%. É da actividade urbana que resultam também enormes cargas poluentes, destinadas aos rios e ribeiros. A salinização dos aquíferos litorais é uma realidade cada vez mais significativa devida à erosão costeira;
·         Diariamente, mulheres e crianças africanas percorrem 109 milhões de quilómetros, para obterem água, transportando sobre os ombros bidões com 40 quilos de peso;
·         Um norte-americano gasta diariamente, em média, 159 litros de água. Este valor é superior a 15 vezes a média gasta por um habitante dos países em desenvolvimento.

 Mulheres transportando água (Índia)  
Fonte:noticias.uol.com.br
Um recurso que não “corre” para todos

Segundo a ONU, até 2025, e caso se mantenham os actuais padrões de  consumo,  duas  em  cada  três  pessoas  no  mundo  vão  sofrer escassez moderada ou grave de água.

Alguns Estados apresentam condições de extrema secura, devido às próprias condições climáticas, o que implica que a água tenha que ser captada longe do local onde será consumida, tornando necessários elevados custos de captação, distribuição e tratamento. Estas realidades inviabilizam o acesso à água por parte das populações mais carenciadas. A falta de água pode inviabilizar as produções agrícolas dos Estados e até afectar desastrosamente ecossistemas em equilíbrio. Na actividade industrial, as quantidades de água  necessárias  são  frequentemente superiores ao volume disponibilizado  pelas ETA’s (Estações de Tratamento de  Água).

Mesmo nos países com abundantes recursos de água, como é o caso do Brasil, nem sempre esta se encontra disponível para todos. De facto, o Brasil é um país privilegiado no que diz respeito à quantidade de água doce disponível, pois tem somente a maior reserva de água do planeta, ou seja, 12% do total  mundial. 
Contudo, a  distribuição de água neste enorme país  não  é  uniforme.  A  região amazónica,  por  exemplo,  possui o maior  rio  do  mundo; no entanto é uma das regiões menos habitadas do Brasil. Por outro lado, as grandes metrópoles, como S. Paulo e o Rio de Janeiro, revelam dificuldades no abastecimento de água, por se encontrarem longe das grandes bacias hidrográficas.

Em muitas cidades dos continentes sul-americano, africano e asiático a qualidade da água fica comprometida pelos despejos criminosos nos cursos de água, de esgotos domésticos e industriais. Também nas bacias dos grandes rios sul-americanos existem problemas sérios na qualidade da água; a contaminação por mercúrio, utilizado na exploração mineira e o uso de químicos na agricultura, constituem dificuldades acrescidas aos sistemas de captação, tratamento e abastecimento de água.

Pagar para ter acesso à água potável passou a ser uma consequência directa deste conjunto de problemas que se colocam à qualidade da água na actualidade. Contudo, esta realidade gera grandes assimetrias sociais, quando as populações das favelas sul-americanas gastam em média 10% do seu rendimento em água e os britânicos, por exemplo, não ultrapassam os 3%. A ONU confirma esta tendência generalizada ao nível mundial de que, quem menos recursos financeiros tem, mais paga para ter acesso à água potável.
  
Albufeira de Vilarinho das Furnas (Gerês)
Fonte:Álvaro Reis
A água em Portugal
Uma grande parte do território português (toda a região acima do Douro e o interior centro e sul) apresenta uma produtividade aquífera inferior a 50 m3/Km2/dia. As zonas de maior produtividade (superior a 400 m3/Km2/dia), localizam-se nas bacias do Tejo e Sado. A faixa costeira entre Ovar e Torres Vedras apresenta uma produtividade intermédia (entre 250 e 400 m3/Km2/dia).
Por outro lado, a precipitação em Portugal, além de se distribuir irregularmente ao longo do território (grande no norte e muito baixa no sul), apresenta uma grande variabilidade ao longo dos anos e ao longo do ano (concentrando-se no período que vai de Outubro a Março).
Enquanto as necessidades de água para os usos doméstico e industrial têm uma distribuição regular ao longo do tempo, as necessidades de água para rega concentram-se, de modo geral, no semestre seco do ano (Abril a Setembro). Para compensar a deficiência de escoamento neste período do ano, torna-se indispensável dispor de reservas naturais (lagos e lagoas) ou artificiais (albufeiras), que armazenem a água em excesso nos períodos húmidos e a forneçam nos períodos secos. Em Portugal, desde há cerca de meio século, e com especial incidência nas últimas duas décadas, que tem sido seguida uma política massiva de construção de albufeiras, que além de contribuírem para a satisfação da componente energética, contribuem para o abastecimento de água às populações.
  
Expectativas para o futuro
Melhorando, nos países mais pobres, sobretudo de África e da Ásia, os sistemas de fornecimento de água potável e de saneamento, diminuir-se-á drasticamente a taxa de mortalidade por doenças relacionadas com o consumo de água inquinada.
Uma cultura de reutilização da água é fundamental, sobretudo nos países menos carenciados, habituados ao desperdício e à falsa ideia de que “a água nunca lhes faltará”. É que, a redução generalizada, dos stocks dos aquíferos em algumas regiões indicia já os graves problemas que se colocarão no futuro. Muitos países são obrigados a políticas de racionamento da água e a encontrar meios de reutilizar a água de maneira mais racional.
É fundamental também uma nova política para o “preço da água”, que inverta a tendência de os países mais pobres serem aqueles com maiores encargos na aquisição deste bem.
Por último, convém salientar que, sendo a água um recurso universal e transversal, a sua utilização deverá ser perspectivada numa óptica de Desenvolvimento Sustentável, substituindo a “competição” (pela água) entre os Estados, pela “partilha” , entre eles, de um bem comum.


 (artigo publicado na revista REIS 2013)

sábado, 5 de janeiro de 2013

O Parque das Vaidades!

Deveria ser, de facto, um Parque Urbano moderno, compatibilizando a Natureza e a cidade. Tinha condições naturais para isso. Faltou apenas a capacidade humana para saber concretizar tal projecto.

Para a história da cidade fica uma obra caríssima (nomeadamente, pela quantidade desmesurada de pedra utilizada), um trajecto para passeios de Domingo à tarde, ..... um atalho  entre os Pelames e o centro da cidade,.....uma toalha de água para os patinhos continuarem a fazer aquilo que sempre fizeram no rio... 

E a fauna selvagem que lá existia? Porque não se criaram condições para que lá permanecessem? Seria muito mais interessante os cidadãos poderem passear e poderem ver várias outras espécies....sentirem em pleno centro da cidade, a Vida Selvagem. Ouvirem os cantos dos rouxinóis....ou a visão de uma garça......ou o voo do guarda-rios.....

Por isso é que questiono: será que em vez da animação vivida em torno do pagode não se deveria ter antes celebrado o Requiem por um magnífico projecto perdido? 

Isso agora já não importa, dirão alguns. Tratar-se-à de uma mera questão filosófica! (e de filosofia nada percebo).

O que verdadeiramente conta é o folclore político. São 18h30, a noite já caíu, o povinho dispersou há muito e junto ao pagode uma meia dúzia de senhores olham para o céu: está a acontecer uma valente descarga de fogo-de-artifício! 

Terminou a cerimónia. Vivam as vaidades políticas!